quarta-feira, 8 de abril de 2009

HEROIS DE LA LYS – APÓS 91 ANOS

A participação de Portugal na 1ª Grande Guerra, teve como auge a Batalha desenrolada no dia 9 Abril 1918, faz hoje 91 anos, em Lys.

São os combatentes de há 91 anos que hoje se evoca e é a eles, assim como a quantos ao longo da história derramaram o sangue ou sacrificaram a vida pela Pátria, que rendemos o nosso respeito mais sincero e testemunhamos o nosso mais profundo reconhecimento.

Convido a uma profunda meditação sobre os feitos heróicos praticados pelas sacrificadas gerações antecessoras à nossa, que nos legaram os mais exemplares sentimentos de amor e dedicação à Mãe-Pátria, à qual os seus verdadeiros filhos têm como dever primordial imortalizar.

Em 7 de Abril, os Comandantes das Unidades Portuguesas foram convocados para uma reunião com o Tenente General Inglês HAKING, nessa reunião os “nossos” comandantes invocaram a necessidade de serem rendidos com rapidez, as nossas tropas estavam carregadas de trabalho e muito cansadas.

O General Inglês elogiou quem tão duramente já se tinha batido e que ficara tanto tempo nas trincheiras, aproveitando para lhe pedir que permanecessem ainda mais tempo em virtude das grandes perdas sofridas pelos britânicos na batalha do Somme.

Mesmo assim, deu-se ordem de rendição a alguns contingentes, excepto os de Artilharia. Esta, que não se movera a pedido do Comando Britânico, bateu-se impavidamente, auxiliando os aliados. Um Oficial da 1ª bateria, Mendonça e Pinto morreu, tendo a Unidade resistido no mesmo posto durante algumas horas, agora sob a chefia dos Alferes Carlos Alpoim e Alberto Lemos.

Em Lavantie a nossa Infantaria fez maravilhas. O Comandante do 29 que na altura era o Major Xavier da Costa, sentiu o Inimigo na sua frente que ia destroçando o seu batalhão, tomou a mais enérgica atitude e bateu-se na defesa do Red House como um bravo, ajudado por autênticos heróis, alguns deles tombaram mortos e outros ficaram feridos, incluindo o próprio Major que mesmo ferido continuou a deter o Inimigo. Caiu esvaído pelos ferimentos, levando os seus subordinados a julgá-lo morto e por isso o abandonaram, vindo mais tarde a ser descoberto e salvo por dois soldados do Batalhão 3, que já eram prisioneiros dos alemães. Após o cativeiro este bravo Oficial apareceu cego.

Alguns dos nossos valentes militares após saírem das trincheiras recuaram para junto dos ingleses com as metralhadoras em acção, estes pensaram que os nossos se queriam entregar, mas o Comando Português recusou-se a tal entrega, dizendo-lhes que combatia ajudando-os a reconquistar o terreno perdido, e acrescentou nobremente que as armas só as entregam os vencidos ao inimigo vencedor.

O Comando Britânico, dirigiu ao Comando Português um grande louvor, no qual dizia: “Em três longos dias cruéis, apesar das severas, importantes e sangrentas perdas, as tropas Portuguesas aumentaram o esplendor da sua glória e produziram incalculáveis baixas nos alemães”.

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