sábado, 18 de julho de 2009

MUNDO MULTIPOLAR

A queda da União Soviética em 1991, originou que os Estados Unidos se destacassem como um país invencível militarmente, sem oposição ao nível económico, incontestáveis diplomaticamente e se constituíssem como uma força dominante nos canais de informação do mundo inteiro. Esta situação fez com que o século seguinte fosse denominado como: “século americano”, fazendo com que o resto do mundo se molda-se à imagem da única super potência.
Decorrido menos de uma década do século XXI, podemos testemunhar o surgimento de um mundo multipolar, uma vez que surgiram novas potências e desafiaram diversos aspectos da supremacia americana: a Rússia e a China aparecem num primeiro plano, e as potências regionais Venezuela e Irão num segundo plano. Estas novas potências estão preparadas para quebrar a hegemonia americana, mas nunca para a enfrentar seja elas juntas ou separadas.
A pergunta impõe-se: Porque é que o mundo evoluiu desta maneira tão rapidamente?
Penso que isso tem que ver com o fracasso do governo Bush no Iraque, é um factor importante desta transformação, assistimos a um exemplo clássico de um poder imperialista, em que transbordou o orgulho arrogante e o excesso dos seus limites.
A invasão e subsequente ocupação desastrosa do Iraque e uma campanha militar mal administrada no Afeganistão enfraqueceu a credibilidade dos Estados Unidos.
Ainda para agravar a situação não nos podemos esquecer dos escândalos nas prisões de Abu Grhraib no Iraque e Guantânamo em Cuba, não esquecendo os assassinatos amplamente divulgados de civis iraquianos em Haditha, tudo isto fez com que a auto-imagem moral dos Estados Unidos fosse seriamente manchada.
No entanto, outros factores tem contribuído para a transformação actual dos assuntos internacionais, é ele o mercado petrolífero e gás natural, que acentuou cada vez mais o poder das nações ricas em hidrocarbonetos; a rápida expansão económica de países como China e Índia; a transformação da China na maior base manufactureira do mundo; e o fim do duopólio anglo-americano das noticias de televisão internacionais.

sábado, 11 de julho de 2009

AFEGANISTÃO E IRAQUE:

VENCER GUERRAS É MAIS FÁCIL DO QUE CONQUISTAR A PAZ.
Esta frase passou a ser verdadeira depois das operações de combate no Afeganistão e no Iraque, onde as vitórias iniciais foram esmagadoras contra as forças consideradas inimigas, no entanto estas não foram consolidadas logo após o conflito. Por exemplo no Afeganistão, resquícios dos dizimados Talibãs e Al-Qaeda conseguiram retirar-se pela porosa fronteira com o Paquistão, de onde estes grupos prometeram continuar a luta. A Comunidade Internacional com uma resposta aparentemente indiferente para com as necessidades do povo afegão, que se encontrava no limite, possibilitou aos talibãs que se reconstituíssem e ressurgissem como um oponente activo e agressivo do governo. Já no Iraque, a política de remover do poder os ex-membros do partido Baath, de Saddam Hussein, e a desmobilização do exército nacional plantaram as sementes da revolução popular mais complexa da nossa história. O fracasso do acordo em conter rapidamente a pilhagem desenfreada tornou-se sintomático de uma abordagem desorganizada e apática em relação à administração civil, esta abordagem que deixou grandes faixas da população sem energia eléctrica confiavel, cuidados médicos e serviços civis básicos. O desemprego, o mercado negro e corrupção subiram vertiginosamente, enquanto as economias se desmoronaram.
A Comunidade Internacional quando chegou a estes países, defrontou-se com populações privadas dos seus direitos civis, verificou que eles não ficaram chocados com a vitória das forças estrangeiras nem apavorados com a sua presença. O que eles esperavam era que em vez do poderio militar destrutivo e letal utilizado, fosse empregue um poderio com capacidades construtivas tão vitais ao sucesso em operações conduzidas entre a população. A incapacidade de utilizar o tempo efectivamente cedeu à iniciativa de um desenrolar de eventos que saiu do controle. Ganhou-se a guerra, mas vai-se perdendo rapidamente a paz.
À medida que o conflito no Iraque continua a evoluir, torna-se difícil ignorar os persistentes paralelos com o Vietname. Neste caso, a ameaça veio de uma perigosa combinação de guerrilhas, estrutura política e soldados regulares vietnamitas. Agora, a ameaça reflecte uma complexa mistura de influências estrangeiras personificadas nas forças irregulares da Al-Qaeda, milícias sectárias e terroristas extremistas apoiados por uma “terceira onda” de fundamentalistas auto-recrutados, que exploram o domínio da informação para adquiri apoio adicional e simpatia para a sua causa adoptada.
Contudo, em acentuado contraste com as selvas do Sudeste Asiático, este conflito foi gerado numa das mais voláteis zonas culturalmente fragmentadas do mundo.