sábado, 11 de julho de 2009

AFEGANISTÃO E IRAQUE:

VENCER GUERRAS É MAIS FÁCIL DO QUE CONQUISTAR A PAZ.
Esta frase passou a ser verdadeira depois das operações de combate no Afeganistão e no Iraque, onde as vitórias iniciais foram esmagadoras contra as forças consideradas inimigas, no entanto estas não foram consolidadas logo após o conflito. Por exemplo no Afeganistão, resquícios dos dizimados Talibãs e Al-Qaeda conseguiram retirar-se pela porosa fronteira com o Paquistão, de onde estes grupos prometeram continuar a luta. A Comunidade Internacional com uma resposta aparentemente indiferente para com as necessidades do povo afegão, que se encontrava no limite, possibilitou aos talibãs que se reconstituíssem e ressurgissem como um oponente activo e agressivo do governo. Já no Iraque, a política de remover do poder os ex-membros do partido Baath, de Saddam Hussein, e a desmobilização do exército nacional plantaram as sementes da revolução popular mais complexa da nossa história. O fracasso do acordo em conter rapidamente a pilhagem desenfreada tornou-se sintomático de uma abordagem desorganizada e apática em relação à administração civil, esta abordagem que deixou grandes faixas da população sem energia eléctrica confiavel, cuidados médicos e serviços civis básicos. O desemprego, o mercado negro e corrupção subiram vertiginosamente, enquanto as economias se desmoronaram.
A Comunidade Internacional quando chegou a estes países, defrontou-se com populações privadas dos seus direitos civis, verificou que eles não ficaram chocados com a vitória das forças estrangeiras nem apavorados com a sua presença. O que eles esperavam era que em vez do poderio militar destrutivo e letal utilizado, fosse empregue um poderio com capacidades construtivas tão vitais ao sucesso em operações conduzidas entre a população. A incapacidade de utilizar o tempo efectivamente cedeu à iniciativa de um desenrolar de eventos que saiu do controle. Ganhou-se a guerra, mas vai-se perdendo rapidamente a paz.
À medida que o conflito no Iraque continua a evoluir, torna-se difícil ignorar os persistentes paralelos com o Vietname. Neste caso, a ameaça veio de uma perigosa combinação de guerrilhas, estrutura política e soldados regulares vietnamitas. Agora, a ameaça reflecte uma complexa mistura de influências estrangeiras personificadas nas forças irregulares da Al-Qaeda, milícias sectárias e terroristas extremistas apoiados por uma “terceira onda” de fundamentalistas auto-recrutados, que exploram o domínio da informação para adquiri apoio adicional e simpatia para a sua causa adoptada.
Contudo, em acentuado contraste com as selvas do Sudeste Asiático, este conflito foi gerado numa das mais voláteis zonas culturalmente fragmentadas do mundo.

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