domingo, 24 de junho de 2018

TRADICIONAL FESTIVIDADE DAS CAVALHADAS DE VILDEMOINHOS




Como vem acontecendo ano após ano, hoje foi comemorada a 366ª Edição das Cavalhadas de Vildemoinhos, aldeia próxima da cidade de Viseu.
Na altura da tradicional comemoração dos Santos Populares, mais propriamente a 24 de Junho, Dia de S. João, as gentes de Vildemoinhos invadem a cidade de Viseu, com grande animação e alegria, desfilando bandas musicais, ranchos folclóricos, carros alegóricos e alguns grupos de bombos que proporcionam uma grande atracção de turistas e habitantes desta zona que se concentram nesta cidade beirã para testemunharem este evento.
Este cortejo remonta ao ano 1652 e está cheio de cor, alegria, animação e publicita alguns bens gastronómicos e recria tradições rurais desta região.
Através desta festividade a povoação de Vildemoinhos retrata a sua história, história de um povo de moleiros e moinhos, que agradecem a São João, o santo milagroso que salvou os moleiros e os aldeões a superarem as adversidades das épocas muito difíceis por que passaram.

 
Conta a história que este agradecimento foi motivado pelo seguinte:

“Em 1652, uma quezília entre agricultores e moleiros originou um período conturbado na povoação. A luta pelas águas do Rio Pavia foi acesa e levou os agricultores a construir açudes para represar a água do rio e assim abastecer os seus cultivos. Perante tal acção, os moinhos dos moleiros deixaram de funcionar já que a água do rio, a força motriz das mós, não abundava. Tal desespero levou a povoação de Vildemoinhos em romaria até à Capela do santo, situada em São João da Carreira, numa reza fervorosa pelo milagre que tanto ansiavam: a libertação do rio Pavia e a abundância do seu caudal. Tumultos e conflitos perduraram durante algum tempo e os moleiros, decididos a fazer funcionar as mós, foram rio acima e destruíram os açudes. A quezília chegou a tal ponto que um recurso foi interposto às autoridades de Lisboa. Mas a notícia que os proprietários e agricultores esperavam ouvir não foi a mais favorável. A razão era assim dada aos moleiros. Depois de uma dura batalha pela água do rio, os moleiros triunfavam. Crentes na intervenção do santo, vestiram as suas melhores indumentárias, enfeitaram as carroças, os burros e os cavalos e rumaram à capela, na noite de 23 de Junho. Lá, dançaram e cantaram em louvor a São João, agradecendo tal milagre, regressando a Vildemoinhos já com o sol a pique. Das carroças de bois, hoje sobram poucas, apenas algumas que remontam aos tempos mais antigos, dando lugar a fanfarras, bombos, gigantones, ranchos e filarmónicas. Mudam-se os tempos, permanece o agradecimento, sem nunca se esquecer a ida dos cavaleiros à Capela do Santo, em São João da Carreira. Todos os anos, religiosamente.”

 

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